Revolution Radio – lançado em 7 de outubro – materializa o 12.º álbum de estúdio de Green Day, icónica banda Punk Rock norte californiana (EUA) sediada na cidade de Berkeley, formada desde 1987, a caminho de perfazer 30 anos de carreira dedicados à dinamização das sonoridades e tendências personificadas nos estilos Pop Punk, Punk Revival e Rock Alternativo, denotativos de influências e contiguidades com outros conjuntos: Ramones, The Clash, Sex Pistols, Bad Religion, Buzzcocks, etc...
Revolution Radio ambiciona – sem porventura o conseguir – a intervenção cívica e ativismo de combate à cultura de escalada da violência armada nos EUA, reflete e protesta contra a cobertura mediática ilegítima realizada por mass media e social media narcisistas que inconscientemente criam uma espécie de psicose pela fama ao alcance das motivações mais negativas e destrutivas, problemáticas implícitas na música Bang Bang e no grito de revolta "Legalize the Truth" evocado no tema principal referente ao título do trabalho discográfico.
O mais recente álbum de Green Day suscita críticas diametrais face às suas ambivalências. As mais positivas e elogiosas destacam o conjunto de músicas como "um dos melhores alinhamentos de sempre". Nas mais moderadas considera-se que a banda norte californiana continua a primar pelo bom trabalho em termos de dar voz aos underdogs, freaks e rebeldes, mas acicatam dúvidas quanto ao conceito musical do álbum e aos distúrbios de personalidade da banda. Por fim, as críticas mais acérrimas e cépticas sugerem a perda de rumo, a falta de criatividade e desorientação evidenciada por ex., no "devaneio embaraçoso" das letras, inclusive alegam que Green Day tornaram-se "vitimas da evolução acidental".
Essas reações resultam da confusão e desdobramento da identidade de Green Day entre os estilos Pop, Punk e Rock conotados a registos mainstream ou a abordagens mais inovadoras, facetas que comprometem o conceito e a singularidade deste álbum que varia entre as sonoridades Pop Rock do prelúdio Somewhere Now; o núcleo duro Punk Rock ou Pop Punk formado pelas trilhas sonoras de maior fruição musical atinentes a Bang Bang, Revolution Radio, Say Goodbye, Still Breathing, Young Blood; e termina com a balada AOR, acústica e algo naïf, Ordinary World; denotando-se a existência de uma "manita" de faixas sonoras bastante inaudível, sem atitude, meros soundcheck.
Still Breathing – 7.ª música no alinhamento – sobressai pelo balanço e entusiasmo induzidos na vertigem da mudança de ritmo entre o verso e o refrão, que lembram bons velhos tempos da banda, demonstrativos do esforço e tentativa de Green Day na recuperação das suas origens e bases de sucesso materializadas sobretudo entre os álbum Dookie (1994) até American Idiot (2004), representado a sua década dourada.
Revolution Radio está algo distante desse brilhantismo. Não rivaliza com a fruição musical intrínseca a composições originais no género de Boulevard of Broken Dreams ou a baladas no estilo de Wake Me Up When September Ends, nem com a atitude exibida na globalidade do trabalho de estúdio galardoado – vencedor do Grammy Award, entre outros prémios – American Idiot, álbum best seller, cujo líder, vocalista e guitarrista de Green Day, Billie Joe Armstrong na entrevista à Rolling Stone Magazine em 2005, assumiu integrar de forma deliberada a inspiração e influência de Queen (que a meu ver seria sempre a receita para o sucesso), ambicionando inclusive a criação da Bohemian Rapsody – icónica melodia da banda Pop Rock britânica – do futuro.
A ver vamos se as próximos composições e interpretações de Green Day alcançam o desiderato dessa coroação e realeza musical.
A ver vamos se as próximos composições e interpretações de Green Day alcançam o desiderato dessa coroação e realeza musical.
CA
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