«I think i'm drowning/ asphyxiated/ I wanna break this spell/ that you've created/ you're something beautiful/ a contradiction» os primeiros compassos que passavam na Antena3 nessa manhã fria de 2003... «Time is running out» prendeu-me até à última nota. Como se estivesse numa sala de cinema a ouvir «bury it/ i won't let you bury it»... Há coisas difíceis de explicar que consequentemente levam a uma cómoda desistência. Deixo aos habilitados críticos a análise da riqueza musical e poética desse tema. Interessa-me apenas a magia desse momento de descoberta. A locutora deu-me o que me faltava: Muse.
Dada a ponderações por natureza, certamente hesitaria no momento de levar música nova para casa. Não foi difícil encontrar «Absolution» na secção "novidades". Aqueles compassos tinham o encanto de uma nova paixão. Era impossível ficar apenas por um breve encontro para uma conversa de café. Dei por mim a desembrulhar o álbum e a colocá-lo no leitor. Play. Até ao stop automático da última música. Play again. Repete «Hysteria». Rachmaninoff em «Butterflies and Hurricanes» numa fusão perfeita com a composição de Bellamy e companhia. Músicas de uma banda britânica que escapa às etiquetas tradicionais. Rock alternativo? Não chega. É muito mais. Desde 1999. Há pouquíssimas canções de amor como «Unintended». «Black Holes & Revelations» e de novo na sala de cinema. Eu, que não sou muito de ir concertos (falta de entusiasmo devido ao preço dos bilhetes e/ou à falta de qualidade), já sonho com Wembley em Junho.
AA
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