Duas palavras definem a película: plot e twist. Em torno delas gravita a tese do filme: ich int blunt – cheira a sangue! Um thriller psico-sexual que envolve as duas famosas margens de Londres.
A margem esquerda do Tamiza símbolo e local de luxúria, vício e frivolidade e a margem direita como outra face polite, snob e pseudo-ética. Cada uma das margens cobiça, assedia e complementa a outra. A personagem interpretada por Sharon Stone une as duas margens.
O plot do filme é composto por uma killer queen ou femme fatale – Sharon Stone como Catherine Tramell – que surge adornada de luxo e luxúria e possui um temperamento e personalidade narcisista e manipuladora, capaz de seduzir tudo e todos com os seus vícios, crimes, fantasias e libido. Não obstante é freudianicamente inteligente e viperina. A sua linguagem corporal eiva um burlesco decadente, pornográfico e erótico, todavia a maquilhagem e o estilo Pantyhouse, Givenchy ou a classe e gala Dolce & Gabanna da sua indumentária não abrangem a plenitude da sua lascívia. A sua mente é idólatra, obscena, concupiscente, expressa numa linguagem e estilo de comunicação fraticida, erógeno e picante! Assim se compreende a expressão pela qual é caracterizada: mind fucker. Com efeito, são pródigas no storyboard as cenas, takes e frames onde as personagens prostituem alma e corpo em simultâneo.
O filme explora o lado dantesco e vitoriano da sexualidade urbana com todos os seus mitos e práticas: infidelidade; extra-conjugalidade; prostituição masculina e feminina; negócio do sexo; os affaires laborais; o casual sex; o one night stand; e inclusive há uma indicação cénica flop da dominação feminina estilo bondage via strap-on/pegging infligida ao género masculino.
O plot do filme fica completo com os psiquiatras e psicólogos, os policias, os jornalistas, não esquecendo as personagens secundárias associadas à sexualidade underground e que matizam o ambiente naughty, kinky e cool necessário à cenografia do instinto fatal em pleno séc. XXI, assumindo uma roupagem quase de distopia, pois manter o old fashion face to face e role playing game de Sharon Stone com Michael Douglas em Instinto Fatal seria dejá-vu e mera sexualidade baunilha!
Instinto Fatal 2 exibe uma sedutora madura, que não o seria sem o seu guarda-roupa, gloss e bloosh (maquilhagem e caracterização), os seus adornos e jóias sumptuosos, carros de alta celindrada... os seus comportamentos de sociabilidade adicta como por exemplo os seus hábitos tabágicos com todo o fétish de fumeuse inerente, ou até mesmo os seus hábitos alcalinos, pois não raro vemos a protagonista à boa maneira inglesa – very british – de copo na mão com o seu drink ou wiskhey on the rocks. Por último o seu desejo ninfo de flertar sem tábus e correndo riscos! Digno de nota são os esqueiros da protagonista que claramente aludem a indicações fálicas! O esqueiro miniatura do Big Ben é um bom exemplo!
Ao nivel das indicações cénicas a sequência polite-suburban transmite-nos a alternância freudiana entre consciente e inconsciente.
Já no lado perverso da película não surge uma blasfémia sexual gratuita, apesar do instinto, impulso e pulsão sexual estarem sempre presentes e existirem interlúdios de suspeição e insinuação bissexual feminina. Contudo a maior parte da libido exibida é straight. A blasfémia surge na faceta de escritora romancista da protagonista que plasma nos seus livros com sagacidade e jubilo a sua perfídia, libido, crimes, vícios e ardis.
Os crimes sangrentos ao estilo de Sherlock Holmes são o twist do filme e dão-lhe odôr e essência: Ich int Blunt – cheira a sangue!
Do desenrolar do plot e do twist resulta o final do filme que termina em jeito de charada: Afinal tudo não passou de ficção ou tudo aconteceu na realidade? O objectivo não é a verdade, a realidade, a mentira ou ficção. O que importa é a sensação vitalista do perigo, do vício, da fantasia e do crime ... Afinal nem que seja só em pensamento todos alimentamos caprichos obscuros associados às sensações mais fortes como são as de medo (os conflitos próprios da psique e vida interior de cada ser humano), a pulsão sexual, a violência gratuita... Tudo se pode viver e experimentar, basta para isso ter o savoir-faire necessário para controlar o risco e o savoir-être para manipular, inebriar, seduzir e sair sempre impune e adorado!
A margem esquerda do Tamiza símbolo e local de luxúria, vício e frivolidade e a margem direita como outra face polite, snob e pseudo-ética. Cada uma das margens cobiça, assedia e complementa a outra. A personagem interpretada por Sharon Stone une as duas margens.
O plot do filme é composto por uma killer queen ou femme fatale – Sharon Stone como Catherine Tramell – que surge adornada de luxo e luxúria e possui um temperamento e personalidade narcisista e manipuladora, capaz de seduzir tudo e todos com os seus vícios, crimes, fantasias e libido. Não obstante é freudianicamente inteligente e viperina. A sua linguagem corporal eiva um burlesco decadente, pornográfico e erótico, todavia a maquilhagem e o estilo Pantyhouse, Givenchy ou a classe e gala Dolce & Gabanna da sua indumentária não abrangem a plenitude da sua lascívia. A sua mente é idólatra, obscena, concupiscente, expressa numa linguagem e estilo de comunicação fraticida, erógeno e picante! Assim se compreende a expressão pela qual é caracterizada: mind fucker. Com efeito, são pródigas no storyboard as cenas, takes e frames onde as personagens prostituem alma e corpo em simultâneo.
O filme explora o lado dantesco e vitoriano da sexualidade urbana com todos os seus mitos e práticas: infidelidade; extra-conjugalidade; prostituição masculina e feminina; negócio do sexo; os affaires laborais; o casual sex; o one night stand; e inclusive há uma indicação cénica flop da dominação feminina estilo bondage via strap-on/pegging infligida ao género masculino.
O plot do filme fica completo com os psiquiatras e psicólogos, os policias, os jornalistas, não esquecendo as personagens secundárias associadas à sexualidade underground e que matizam o ambiente naughty, kinky e cool necessário à cenografia do instinto fatal em pleno séc. XXI, assumindo uma roupagem quase de distopia, pois manter o old fashion face to face e role playing game de Sharon Stone com Michael Douglas em Instinto Fatal seria dejá-vu e mera sexualidade baunilha!
Instinto Fatal 2 exibe uma sedutora madura, que não o seria sem o seu guarda-roupa, gloss e bloosh (maquilhagem e caracterização), os seus adornos e jóias sumptuosos, carros de alta celindrada... os seus comportamentos de sociabilidade adicta como por exemplo os seus hábitos tabágicos com todo o fétish de fumeuse inerente, ou até mesmo os seus hábitos alcalinos, pois não raro vemos a protagonista à boa maneira inglesa – very british – de copo na mão com o seu drink ou wiskhey on the rocks. Por último o seu desejo ninfo de flertar sem tábus e correndo riscos! Digno de nota são os esqueiros da protagonista que claramente aludem a indicações fálicas! O esqueiro miniatura do Big Ben é um bom exemplo!
Ao nivel das indicações cénicas a sequência polite-suburban transmite-nos a alternância freudiana entre consciente e inconsciente.
Já no lado perverso da película não surge uma blasfémia sexual gratuita, apesar do instinto, impulso e pulsão sexual estarem sempre presentes e existirem interlúdios de suspeição e insinuação bissexual feminina. Contudo a maior parte da libido exibida é straight. A blasfémia surge na faceta de escritora romancista da protagonista que plasma nos seus livros com sagacidade e jubilo a sua perfídia, libido, crimes, vícios e ardis.
Os crimes sangrentos ao estilo de Sherlock Holmes são o twist do filme e dão-lhe odôr e essência: Ich int Blunt – cheira a sangue!
Do desenrolar do plot e do twist resulta o final do filme que termina em jeito de charada: Afinal tudo não passou de ficção ou tudo aconteceu na realidade? O objectivo não é a verdade, a realidade, a mentira ou ficção. O que importa é a sensação vitalista do perigo, do vício, da fantasia e do crime ... Afinal nem que seja só em pensamento todos alimentamos caprichos obscuros associados às sensações mais fortes como são as de medo (os conflitos próprios da psique e vida interior de cada ser humano), a pulsão sexual, a violência gratuita... Tudo se pode viver e experimentar, basta para isso ter o savoir-faire necessário para controlar o risco e o savoir-être para manipular, inebriar, seduzir e sair sempre impune e adorado!
CA
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