Wolves – lançado em 9 de junho – representa o 8.º álbum de estúdio de Rise Against, talentosa banda norte-americana de Punk-Rock e Punk-Hardcore, sediada na cidade de Chicago, no Illinois, fundada e influenciada pelo contexto sociocultural controverso da viragem do milénio, concretamente em 1999. A sonoridade de Wolves plasma equilíbrio entre a agressividade e efeito melodioso característicos da idiossincrasia musical granjeada por Rise Against, pelo que o trabalho discográfico aprimora, de modo cumulativo, tanto o registo de som como a mundivivência dinamizados pelo quarteto iconoclasta de Windy City.
Wolves, fazendo jus à iconografia da banda, oferece um punhado de músicas cativantes, compostas por riffs impactantes, ritmos vívidos e entusiastas de índole Rock, a par de acordes, coros e solos de guitarras elétricas estridentes mas harmoniosos, acompanhados por vocais de feição expressiva e melodiosa – bem ao estilo do Post-Punk Revival – que, conforme a natureza do Punk-Rock, também incluem o canto rasgado, o vociferar de epístrofes ou gritos de inconformismo repletos de motes fortes.
Nas letras das canções, as metáforas, perceções e representações da realidade promovem o pensamento multicultural e ativismo cívico, não se limitam ao mero estado de contestação niilista, aliás, repercutem as convicções político-sociais e ecológicas dos membros – Tim McIlrath; Joe Principe; Brandon Barnes; Zach Blair – de Rise Against, destacando-se a prática do vegetarianismo e, à exceção de Brandon Barnes, o repúdio do consumo de álcool e uso de drogas. Mais. O título sugestivo do álbum musical, atinente ao primeiro tema do alinhamento, conota-se à referência cultural medieva de alarme ou rebate associada à expressão “wolves at the gates”. Em sentido figurado, Rise Against pretende aclarar espíritos e despertar consciências através do ritmo e energia catalisados na composição de originais. Dessa forma, quer na holística do álbum, quer na individuação das faixas sonoras, para lá de alguns clichés, sobressai o sentimento altruísta e, em termos do paralelismo pedagógico, uma espécie de périplo relâmpago por diferentes estados existenciais ou de metacognição, sobretudo nas músicas The Violence, Bullshit, House on Fire e Far From Perfect.
No plano lúdico, a sonoridade entusiasta, vitalista, humanista, mais o balanço catalisado por Wolves, representam fruição musical apropriada à agitação e emotividade inerentes à dinâmica do regresso às aulas ou, no caso de professores, estudantes de ciclos superiores, entre outros, uma forma de reviver a animosidade e rebeldia juvenil através de canções pulsantes e velozes.
CA
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