Aquela editora do Porto, essa corja sexista, alvo da polémica
semanal. Postulo a educação para a diversidade. Fico atónito com a
incongruência – talvez charlatanice – dos paladinos que a querem
promover e, ainda mais, com o charivari reproduzido pelos meios de
comunicação social ou, porventura, nem isso, meros apensos de reality
shows que, ao rezarem as manhãs, tentam mandar a sua néscia colher de
chá.
Por estes dias, de forma repentina, o país voltou-se para o Portugal dos pequeninos,
porque uns quantos petizes andavam entretidos com passatempos
cor-de-rosa para meninas e em tons de azul para rapazes, em suporte
livro, imaginem se fossem apps ou qualquer bugiganga virtual para ipad!
Tudo isto no mundo em que alguns dos graúdos brincam de namorar ou
desdenham com um simples deslizar de dedo para a direita ou para a
esquerda, respetivamente.
Dou de barato que “cadernos de passatempos” didáticos, mesmo sem fins ou
aplicação escolar, não devem de plasmar níveis cognitivos distintos
consoante o género. Penso que a forma mais correta de agir, por parte
das instâncias governativas, seria alertar os potenciais compradores
para a eventual desigualdade ou discriminação de género, embora uma boa
dose de justiça salomónica resolvesse a questão, bastava partilhar ou
trocar as cores e voltas dos passatempos entre a garotagem: na minha
infância, foram tantas as partilhas de tudo e mais alguma coisa com a
minha irmã e vice-versa.
Pois bem, o país dos prós e contras preferiu ver se, de facto, os “pepinos torcem ou não” desde pequeno. Amordacem Gutenberg, incendeiem os prelos, os graúdos protestaram nas redes sociais, quiçá com emojis, que isto de escrever em português tá difícil; a regulação pressionou e quer ajudar a corrigir os “desvios”; a tal corja, para evitar má publicidade, retirou as estampas lúdicas. O reforço positivo da igualdade resultou num brilhante lápis-azul, censura para os mais disléxicos.
Confesso a minha ignorância. Os pedopsiquiatras, do alto da sua torre holística, asseveraram que as crianças, nas faixas etárias em causa, ainda não possuem consciência de género. Afinal, o pretenso sexismo dos cadernitos afeta ou não a capacidade de individuação da criançada? É uma questão de miúdos ou de graúdos? Preocupação genuína com os pequenotes ou mero passatempo de bate-boca dos adultos? Ainda por cima, os passatempos tinham grande demanda. Caso a problemática seja meramente coisa de crescidos, bem-vindos ao triunfo dos porcos, no dizer de George Orwell, e os “porcos” somos todos nós, sem qualquer conotação política.
Pois bem, o país dos prós e contras preferiu ver se, de facto, os “pepinos torcem ou não” desde pequeno. Amordacem Gutenberg, incendeiem os prelos, os graúdos protestaram nas redes sociais, quiçá com emojis, que isto de escrever em português tá difícil; a regulação pressionou e quer ajudar a corrigir os “desvios”; a tal corja, para evitar má publicidade, retirou as estampas lúdicas. O reforço positivo da igualdade resultou num brilhante lápis-azul, censura para os mais disléxicos.
Confesso a minha ignorância. Os pedopsiquiatras, do alto da sua torre holística, asseveraram que as crianças, nas faixas etárias em causa, ainda não possuem consciência de género. Afinal, o pretenso sexismo dos cadernitos afeta ou não a capacidade de individuação da criançada? É uma questão de miúdos ou de graúdos? Preocupação genuína com os pequenotes ou mero passatempo de bate-boca dos adultos? Ainda por cima, os passatempos tinham grande demanda. Caso a problemática seja meramente coisa de crescidos, bem-vindos ao triunfo dos porcos, no dizer de George Orwell, e os “porcos” somos todos nós, sem qualquer conotação política.
CA
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