The 100 – estreia em televisão, 4.ª temporada, desde 1 de fevereiro – representa, na forma de ficção-científica, a distopia pós-apocalíptica sobre a luta pela sobrevivência da humanidade, situada em meados do séc. XXII, 97 anos após a guerra ou catástrofe nuclear que destruiu a civilização.
Durante o apocalipse nuclear, 10 de maio de 2052, parte da humanidade subsistiu numa estação espacial em órbita do planeta, sugestivamente denominada The Ark, composta pela interligação de 12 estações menores, representativas de outras tantas nações unificadas sob o regime governativo da United Ark Federation, caracterizado pela inflexibilidade ou rigidez, por forma a otimizar e maximizar as condições técnicas a par dos recursos da estrutura sideral, equipada para suportar a vida até ao limite dos 200 anos de longevidade. Contudo a obsolescência e insustentabilidade tecnológicas repercutem-se mais cedo, ao fim de 97 anos, condicionalismos que motivam medidas extremas de racionamento, controlo de natalidade, punições judiciais severas e até pena de morte para os infratores.
Nesse contexto, as lideranças da Ark Station adotam a resolução ostracista controversa de expulsar a população prisional juvenil – constituída por 100 “delinquentes” – para a Terra, no intuito de se avaliarem as condições de habitabilidade e as possibilidades de repovoar o planeta.
Eventualmente, os módulos da estação espacial colapsam. Perante o soçobrar ou despenhar iminente, The Ark é evacuada de emergência.
Desse modo, as gerações mais velhas reencontram-se com as gerações mais novas. Ambas descobrem que a Terra não se encontra deserta, ao invés necessitam de lutar ou coexistir com diversas fações, raças, tribos, clãs e inclusive os “descendentes” da civilização instalados em Mount Weather, bunker militar, silo de mísseis e abrigo nuclear construído pelo exército dos EUA, próximo de Bluemont, na Virgínia. Mais. Essas intrigas, guerras, lutas de poder e alianças personificam a dinâmica da série que emula o estilo “survival” dos videojogos, bem como oferece momentos de thriller ou terror físico e psicológico.
O desenrolar da ação desvenda A.L.I.E., forma de inteligência artificial senciente criada com o propósito de calcular escolhas para melhorar a vida na Terra, mas que corrompe a sua natureza e se transforma na principal antagonista do enredo, ao degenerar na entidade assassina responsável pela concretização do armagedão nuclear, na pretensão desvirtuada de salvar a humanidade da extinção ou “de si mesma”, assim como por tentar submeter os humanos à sua vontade, através do chip ingerível – aka Key to the City of Light – que interage com as sinapses, filamentos do tronco cerebral e vias neurais, inibindo a dor, a autonomia e a individualidade, de modo a controlar o pensamento e as ações de cada pessoa cujas consciências são transferidas para a experiência virtual partilhada da City of Light, enquanto forma de existência alternativa utópica: não existe dor, doença, sofrimento ou violência.
No rescaldo da luta para derrotar a inteligência artificial A.L.I.E., a 4.ª temporada [spoiler alert] mantém os atributos do drama e aventura de sobrevivência, em função da ameaça de aniquilação da humanidade por contaminação radioativa resultante de fugas dos elementos de fissão conducentes à fusão ou explosão em cadeia dos reatores das centrais nucleares terrestres.
No rescaldo da luta para derrotar a inteligência artificial A.L.I.E., a 4.ª temporada [spoiler alert] mantém os atributos do drama e aventura de sobrevivência, em função da ameaça de aniquilação da humanidade por contaminação radioativa resultante de fugas dos elementos de fissão conducentes à fusão ou explosão em cadeia dos reatores das centrais nucleares terrestres.
The 100 ultrapassa o efeito de aventura ou distopia meramente juvenil. Na realidade, a série representa um espetáculo televisivo intergeracional, conforme se constata no feedback da web e nos bons scores da metacrítica, apanágio catalisado no elenco e na intriga que conglomeram personagens ou atores jovens e veteranos.
Entre os mais novos destaca-se o protagonismo das personagens Clarke Griffin (Eliza Taylor); Bellamy Blake (Bob Morley); Octavia Blake (Marie Avgeropoulos); e Raven Reyes (Lindsey Morgan); enquanto entre os mais experientes realçam-se Marcus Kane (Henry Ian Cusick, ex-Desmond, na série Lost); Dr. Abigail Griffin (Paige Turco); e Thelonius Jaha (Isaiah Washington).
Entre os mais novos destaca-se o protagonismo das personagens Clarke Griffin (Eliza Taylor); Bellamy Blake (Bob Morley); Octavia Blake (Marie Avgeropoulos); e Raven Reyes (Lindsey Morgan); enquanto entre os mais experientes realçam-se Marcus Kane (Henry Ian Cusick, ex-Desmond, na série Lost); Dr. Abigail Griffin (Paige Turco); e Thelonius Jaha (Isaiah Washington).
No global, o ambiente e as cenografias plasmados em The 100, sugerem o cruzamento do mistério ou suspense personificados por Lost (2004-2010) com a versão futurista das guerras e intrigas de Game of Thrones.
Na perspetiva do enquadramento entre os géneros de entretenimento Sci-Fi, a série conota-se a Terra Nova (2011) e Revolution (2012-2014), em termos de televisão, bem como sobressaem algumas influências de Divergent, Maze Runner, After Earth, entre outros, no plano das comparações cinematográficas.
CA
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