Avançar para o conteúdo principal

THE MARTIAN – O Legado de Ridley Scott


No filme The Martian, o realizador Ridley Scott prova uma vez mais, a predileção e métrica especial para desenvolver cinema de ficção científica dentro da temática ligada ao espaço sideral. Cognominado de "criador de universos", consegue reproduzir com grande acuidade e profusão sensorial, a atmosfera e ambiente inóspito do planeta Marte a par da civilização material ou tecnológica projetada e construída pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) – num futuro não muito distante –, no sentido de realizar expedições ao planeta vermelho, de modo a avaliar e determinar as potencialidades e formas de colonização, destacando-se no plano ficcional, as físicas e o décor dos módulos da nave de transporte Hermes.

Nessa perspetiva, o cineasta majora a aptidão no âmbito das tramas de sobrevivência extraterrestre. Desta feita, não temos aliens como em ALIEN: o 8.º Passageiro (1979) ou na sua prequela Prometheus (2012), mas imergimos no drama pessoal vivido pelo astronauta Mark Watney – interpretado pelo ator Matt Damon –, especialista em botânica. Após uma violenta tempestade marciana, que forçou os astronautas expedicionários a abandonar o planeta de emergência, M. Watney, por acaso infeliz, acaba separado do seu grupo de companheiros exploradores, fica para trás, inanimado e ferido, após ser atingido por uma peça de equipamento logístico, presumindo-se a sua morte. 
Nesse pressuposto e pano de fundo do enredo, Ridley Scott demonstra novamente mestria na apresentação de um dos temores humanos primordiais, a claustrofobia, mascarada na forma de suspense e ficção científica.

Com efeito, Mark Watney não foge de predadores extraterrestres, mas à semelhança de filmes anteriores rubricados por este realizador, o protagonista tende a ficar sozinho e isolado, neste caso, confinado em Marte, preocupado em manter o oxigénio, a água, a alimentação, bem como arranjar forma de conseguir voltar a comunicar com a Terra e, sobretudo, preservar a motivação e estado anímico lúcido, enfim, sobreviver na esperança de aguentar até à próxima expedição da NASA, ou aguardar por uma missão de resgate, algo familiar para o ator Matt Damon, dado que mutatis mutandis já o fez em O Resgate do Soldado Ryan (1998).

No elenco, Jessica Chastain, atriz principal em Zero Dark Thirty; Sean Bean, o Boromir de O Senhor dos Anéis; Chiwetel Ejiafor, ator principal em 12 Anos Escravo; mais a bela e lívia Kate Mara, entre outros... conferem qualidade assegurada.
CA

Comentários

Mensagens populares deste blogue

AVATAR 3D – James Cameron

  AVATAR não é apenas mais um filme. É o filme! Em todos os pormenores e domínios é completo e quase perfeito. Claro que me refiro à versão 3D. Comecemos por esse ponto. Durante todo o filme conseguimos sentir e ver a profundidade de toda a cenografia, em todos os takes , frames , tudo está concebido ao mais ínfimo detalhe para impressionar os sentidos. Igualmente impressionante são os traços ambientais que parecem transportar-nos para dentro do próprio cenário, sejam as paisagens ou a envolvência da geologia – montanhas flutuantes – fauna e flora do planeta PANDORA ou todas as cenas de combate e acção que se desenrolam. Para os mais sensíveis a profundidade dos cenários com altos declives e altitude chega mesmo a fazer vertigens. Simplesmente fantástico! Referência ainda para os soberbos hologramas, menus e interfaces electrónicos dos computadores da era de exploração espacial em que o filme se desenrola, o que de facto confirma a predilecção e gosto que a ficção científica e...

GERAÇÕES Y E Z – Reflexão

Image by Top 10 website Millennials e Zappers , as gerações do pensamento em mosaico e, supostamente, multitarefa, eufemismo que caracteriza o etos – forma de ser ou estar – próprio de quem deixa tudo pela metade, a começar pelos relacionamentos. A Geração do Milénio (Y) e os seus descendentes, a Geração Zapping (Z), demarcam-se da monotonia dos compromissos para viverem a crédito das aparências, sobretudo face a competências académicas, profissionais e socio-afetivas supostamente inatas ou adquiridas, que, de facto, não dominam.   No limbo digital web em que a Generation Me insufla egos, globaliza narcisismo bacoco, imersa na qualidade erógena de cliques, likes , emojis , efeito viral e K-idols , nem tudo consubstancia defeitos, destacam-se algumas virtudes. Aparentemente ecorresponsáveis e ativistas interculturais, estas gerações exibem solidariedade, nomeadamente se esse altruísmo fomentar a voracidade pela partilha de selfies . Fetichistas dos emoticons , regressam à...

ENTRE SÉRIES DE TV E "OUTRAS COISAS..." – 2013

Um pequeno post para partilhar breve s sinopses em jeito de comentário sobre as séries de TV que considero mais interessantes na atualidade . Game of Thrones Ficção e literatura rodadas em imaginário medieval , com cenografias – film adas e gravadas na Irlanda – bem ao estilo de O Senhor dos Anéis . Várias linhagens de famílias nobres lutam pela supremacia e domínio do Iron Throne .  Entre cavaleiros, bastardos, dragões, undeads , ligas e irmandades, cenas de "gesta" e "trovas" encenadas ao jeito de "cinema de autor", destaque para a personagem Tyrion Lannister , o anão interpretado brilhantemente por Peter Dinklage , realçando a sua feição jocosa e arguta no seio de um elenco de luxo que serve um banquete de civilizações de roupagens medievais com alusões a romanismos, goticismos, islamismos, misticismos célticos e bárbaros. The Borgias Série de rigor histórico e romanceada na dose certa. Faz ju s ao seu sub-título: The ...