Spectre o mais recente filme de James Bond/007, à semelhança do penúltimo, intitulado Skyfall e de um modo geral das caraterísticas das tramas, personagens e do regresso às origens que pautam a era do ator Daniel Craig no papel principal, mantém a toada melancólica, algo soturna a par da densidade e feição de thriller psicológico sem prejuízo do suspense, intensidade e componente espetacular das habituais e icónicas cenas de ação e aventura.
Desse modo, permanece como pano de fundo a descoberta do universo Kafkiano e Freudiano do "Às" da espionagem mundial, com licença para matar, ao serviço de sua Majestade, na medida em que o desenrolar desta missão obriga Bond a enfrentar novamente os fantasmas e sombras do seu passado.
Com efeito, neste novo episódio cinematográfico, James Bond é na realidade irmão adoptivo do vilão Franz Oberhauser/Ernst Stavro Blofeld que arquitetou pacientemente – aspeto induzido pela forma de representar do galardoado Cristoph Waltz – uma maquinação de controlo tentacular da inteligência, vigilância e segurança mundial que, em última análise, acabaria com o programa de espionagem britânico associado aos "00" (doubles), substituindo-os por avançados e sofisticados meios tecnológicos e drones, mas sobretudo despoletaria um "ajuste de contas" contra James Bond, motivado por vendeta pessoal, resultante do complexo de inveja e de ódio reproduzidos e recalcados desde a infância.
Bond descobre que Blofeld é o espectro que esteve sempre por detrás da maioria das suas missões, acicatando tanto quanto possível a sua destruição emocional, furtando-lhe à distância toda a alegria e felicidade existenciais. Na realidade para os mais familiarizados e atentos à saga 007, Blofeld constitui o principal nemesis de Bond no conjunto de vilões que compõem os diferentes episódios cinematográficos das aventuras do agente especial, desde o seu início e origens nos anos 60.
Bond descobre que Blofeld é o espectro que esteve sempre por detrás da maioria das suas missões, acicatando tanto quanto possível a sua destruição emocional, furtando-lhe à distância toda a alegria e felicidade existenciais. Na realidade para os mais familiarizados e atentos à saga 007, Blofeld constitui o principal nemesis de Bond no conjunto de vilões que compõem os diferentes episódios cinematográficos das aventuras do agente especial, desde o seu início e origens nos anos 60.
Relativamente às cenografias, Bond é na realidade um produto e marca de alto gabarito sustentada por grandes e luxuosos patrocinadores, aliás, à conta disso, os filmes de 007 promovem ambientes cosmopolitas e a integração multicultural, que possibilitam ao espectador contemplar magníficos cenários citadinos e naturais decorrente da gravação in loco das cenas de ação, sem grande recurso a composição virtual. Mais. Tal circunstância confere realismo e verosimilhança ou simplesmente serve à la carte e à la mode, momentos de pompa estética e glamour, sendo que este filme visita a Cidade do México, onde ocorre um espetacular intróito e sequência de ação com um helicóptero assegurado pelo exímio voo do piloto da Red Bull Air Race; a cidade de Roma, com direito à adrenalina de uma perseguição em automóveis de luxo; Tanger; renomadas estâncias de ski austríacas; e como não poderia deixar de ser, a cidade de Londres.
Nota final para a modelação emocional de Bond trabalhada nesta era Daniel Craig, dado que rompe com o típico perfil de mulherengo incorrigível, capacita 007 a considerar e agir em relações amorosas com maior vinculação e duradouras... O melhor mesmo é assistir a este 007 contra Spectre.
CA
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