Drones é o mais recente álbum musical de Muse, talentosa banda de Rock britânica. A dinâmica sustentada na composição de originais catalisa um universo Sci-Fi inspirado na imagética pós-moderna concernente às distopias, presentemente em voga, enquanto género literário e cinematográfico de ação e aventura de cunho mais ou menos juvenil, sem deixar de sobressair alguns aspetos de base utópica, bem ao estilo de George Orwell e porque não mencionar outro mestre da arte de narrativa futurista sombria, mais recente, Stephen King.
As letras das músicas transportam-nos para um horizonte planetário beligerante, dominado pela insegurança e jogos de inteligence conforme sugere o título do trabalho discográfico. A ameaça de uma terceira guerra mundial e a perda de decisão e da liberdade individual decorrentes da progressiva claustrofobia digital e tecnológica em que o mundo se transforma como se fossemos telecomandados e vigiados à distância parecem ser problemáticas e metáforas exploradas.
As letras das músicas transportam-nos para um horizonte planetário beligerante, dominado pela insegurança e jogos de inteligence conforme sugere o título do trabalho discográfico. A ameaça de uma terceira guerra mundial e a perda de decisão e da liberdade individual decorrentes da progressiva claustrofobia digital e tecnológica em que o mundo se transforma como se fossemos telecomandados e vigiados à distância parecem ser problemáticas e metáforas exploradas.
No plano da polifonia, apesar de a crítica sustentar a crescente decomposição e desagregação de identidade da banda de Rock Alternativo, considerando que qualquer registo apolíneo pós-moderno nutre-se de referências, discordo, na medida em que tanto na holística do álbum como na individuação de cada faixa sonora impera a lógica e organização da Ópera Rock estilo Queen – marca fundacional da banda –, a par do sincretismo musical que no caso de Muse estrutura-se na fusão orquestral de inspiração Clássica, de diferentes tendências do Rock e Pop-Rock, bem como da Música Eletrónica.
De igual modo, aceito e suporto a ideia de que uma banda ou grupo de música dentro das latitudes e esferas que compõe a sua matriz tem o direito à metamorfose Kafkiana, à desmaterialização e dissociação "pessoana" e até à inflexão. Acontece que Muse pela sua formação e refinamento possuem bases de identidade alargadas, pautadas pelo antropoformismo, polivalência e sinergias musicais.
Drones integra sem qualquer distúrbio de identidade as tendências e registos rubricados por Muse, mas consubstancia a ligeira tendência para o acorde psicadélico dentro do padrão de acompanhamento e composição eletrónica das melodias e baladas da banda britânica, que tem razão de ser em função da temática de ficção científica escolhida para o álbum. Mais. Nessa perspetiva denotam-se revivalismos de Pink Floyd, apenas para referir os mais conhecidos do grande público.
As interdependências e contiguidades polifónicas são perfeitas, o valor intrínseco e as influências replicadas e emuladas pela banda britânica são majestáticas, por isso o melhor mesmo é continuar a dar ouvidos à Musa!
CA
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