Prova de vida para Linkin Park, com o lançamento do seu novo álbum Living Things. Não
só ainda mexem e remexem como demonstram novamente toda a sua qualidade. Vivos desde
1996, caracterizam-se pelo estilo de fusão – algo que me agrada bastante –, demonstrando
competências e à vontade para criar ou executar em diferentes ritmos e quadrantes musicais.
Desde bandas como Queen, aprecio todas as manifestações musicais que personificam sincretismo polifónico, tanto no plano de cada single ou canção como na esfera mais temática dos álbuns. Da mesma forma que os Queen tinham um estilo próprio catalogável no Pop-rock, Likin Park enquadra-se no Metal Alternativo. Contudo esse estilo funde-se com outras tendências e ritmos, num sincretismo constituído pela matriz "Metal" modelada pelo Hip-Hop, Punk-Rock e Electro. Ainda assim, aqui e ali exibem-se influências do Post-Grunge e do Trash.
Mas o que verdadeiramente define as grandes bandas é a sua acústica. Linkin Park,
tal como outras grandes bandas – Queen, Muse, Metallica –, não é produto exclusivo de discografia ou
edição de estúdio. As performances e actuações ao vivo rivalizam com a qualidade dos seus álbuns e, por vezes,
até os superam. O segredo está em conseguir fazer "melodia" de todas essas latitudes em que os estilos
de fusão musical se movimentam.
Desse modo, as músicas de Linkin Park conglomeram através de engenho, arte e melodia, efeitos electrónicos e psicadélicos com a acústica de instrumentos clássicos, desde o piano a toda uma variedade de instrumentos de linha mais clássica, conseguindo converter o canto mais atonal e estridente em sonoridades agradáveis e melodiosas.
A imagem e visual de Linkin Park conotam-se ao mundo do Hip-Hop, mas se assim é, fazem parte da aristocracia
dentro dessa classe. Uma banda que, na globalidade das músicas e atuações, não se pauta de todo pelos valores mais decadentes desse universo, aliás, no seu entourage, não transparece nada de "crack" nem de "pastilha", apesar dos comportamentos adictos afetarem a vida pessoal de alguns dos seus executantes
e intérpretes.
Com encómio afirmo que, verdadeiramente, aprecio todas as "rockadas", baladas, interlúdios e polifonias criadas nas actuações e álbuns de Linkin Park. Living Things é a nova prova de vida de toda essa qualidade mantida ao longo de já 3 décadas de existência destes rapazes que são grandes senhores do seu universo musical.
CA
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