Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2007

E GOLIAS CHOROU – (Crónica)

Não é a primeira vez que acontece. E certamente não será a última. David venceu um Golias que sobretudo não foi equipa. Os recados de Jesualdo Ferreira, embora envolvidos num pedido de desculpa, foram muito claros. Não vi o jogo. Portista desde que me conheço como gente e habituada às vitórias mais ou menos fáceis, encaro mal eventuais azares-surpresa. Confesso a minha incredulidade quando soube da derrota que alguns pretendem que seja humilhante. A propósito, aqui ficam cordiais cumprimentos a todos os benfiquistas e sportinguistas que de repente descobriram no seu íntimo que eram do Atlético desde pequeninos ou a todos aqueles que ainda aproveitaram a onda dos desejos de ano novo para pedirem e verem realizado tal desaire do para sempre odiado FC Porto. Fanatismos à parte, até porque não pratico semelhantes credos, há coisas mais importantes que o falhanço do todo-poderoso Quaresma - que alguns apelidam de falta de sorte - às quais não se dá a atenção que merecem. Uma delas, a mais

QUEEN – Rock a la Carte

DEPOIS DE QUEEN, O DEMAIS É PLÁGIO!  No universo de Apolo – e falando de meros mortais –, tal impacto só é igualado por Ígor Stravinsky! Queen é perfeição, pura arte, génio e técnica. Freddie Mercury, vocalista, RIP, John Deacon, baixista, Roger Taylor, baterista, e Bryan May, guitarrista, são os gentlemans de serviço, do entretenimento. No menu, temos rock a la carte ! Mais. É injusto classificar Queen como Rock ou Pop-Rock. Queen é música! Quanto ao estilo, ritmos e melodias, prima o sincretismo musical. A pergunta que se coloca é: qual das sonoridades ou géneros é que estes senhores não interpretaram? A resposta, muito poucos. Encontrámos quase todas as tendências e representações musicais tanto na holística dos álbuns discográficos como na individuação das faixas sonoras. A sua polifonia conglomera Rock , Rock n Roll – não resisto a mencionar Crazy Little Thing Called Love –, Grunge , baladas, Slow , Chill Out , Country , Folk , Electro , Clássica, Lírica, Blues – My

POR QUE VALE A PENA TER CIÚMES – Queen

Foi uma descoberta recente. A voz é única. As palavras fundidas na música formam a kind of magic . A canção de que vos falo é antiga e há muito que não está nos tops. «Jealousy», Queen. O ciúme torna-se belo e seduz. Aqui fica a letra para os que conhecem recordar ou em jeito de aperitivo para quem nunca ouviu. Oh how wrong can you be Oh to fall in love Was my very first mistake How was I to know I was far too much in love to see? Jealousy, look at me now Jealousy, you got me somehow You gave me no warning Took me by surprise Jealousy, you led me on You couldn’t lose You couldn’t fail You had suspicion on my trail How, how, how, oh my jealousy I wasn’t man enough To let you hurt my pride Now I’m only left with my own jealousy Oh how strong can you be With matters of the heart Life is much too short To while away with tears If only you could see Just what you do to me Jealousy, you tripped me up Jealousy, you brought me down You bring me sorrow You cause m

NEVER SMILE BEFORE CHRISTMAS – (Crónica)

Olho-te no espelho ainda embaciado pelo calor do banho matinal. Um sorriso tímido vai ganhando contornos mais definidos. É hoje a primeira vez. A verdade é que a água tépida não serviu para te despertar do mundo dos sonhos. É hoje, sim, é hoje! Os dias de sol ajudam a prolongar a estadia nesse universo mágico. E está um belo dia de sol. O sorriso inunda agora todo o espelho. O toque do sino da igreja rouba-me à contemplação. Vamos lá, são horas! Não podes facilitar... Um professor nunca chega atrasado, lembras-te? E um professor estagiário está lá religiosamente uma hora antes. Meia hora para rever a matéria da aula. A outra meia para pedir aos deuses que aquele insuportável bando de bárbaros que lhe vai irremediavelmente aparecer pela frente não faça muitos estragos em tudo o que uma sala de aula pode compreender, professor incluído. Talvez dirija as suas preces a algum padroeiro do professor estagiário. Será que existe? É provável. De qualquer forma a sua existência daria muito jeit

BOB SINCLAR – Cúpido a La Carte

Se é indubitável que o DJ Bob Sinclar muito tem contribuído para o lazer dos portugueses e portuguesas, é irrefutável que tem dado um contributo ainda mais precioso para juntá-los! As suas melodias, ritmos e lirycs animam a Night Life !  Mais. A noite tornou-se sinónimo de Bob Sinclar! Embora Cristoph LeFriant tenha escolhido para nome artístico um gigoló (Bob Sinclar) a sua música prima pelo rafinement , equilíbrio e elegância e expressões como "bombar" não lhe fazem jus.  Por isso mesmo atrevo-me a cognominá-lo de C ú pido a la carte , pelo bom gosto e porque com a sua criatividade musical não deixa ninguém indiferente quer seja a dançar, a cantarolar ou inclusive no flirt notivago perenemente imbuído do espírito da Love Generation !  Sem dúvida um paliativo e um "fio de ariane" para boys & girls utilizarem para declararem as suas intenções afectivas, sentimentais, carnais, frivolas ou insinuar e partilhar sensualidade, erotismo ou algo mais! CA

BASIC INSTINCT 2 - INSTINTO FATAL 2 – Sharon Stone

Duas palavras definem a película: plot e twist . Em torno delas gravita a tese do filme: ich int blunt – cheira a sangue! Um thriller psico-sexual que envolve as duas famosas margens de Londres. A margem esquerda do Tamiza símbolo e local de luxúria, vício e frivolidade e a margem direita como outra face polite , snob e pseudo-ética. Cada uma das margens cobiça, assedia e complementa a outra. A personagem interpretada por Sharon Stone une as duas margens. O plot do filme é composto por uma killer queen ou femme fatale – Sharon Stone como Catherine Tramell – que surge adornada de luxo e luxúria e possui um temperamento e personalidade narcisista e manipuladora, capaz de seduzir tudo e todos com os seus vícios, crimes, fantasias e libido. Não obstante é freudianicamente inteligente e viperina. A sua linguagem corporal eiva um burlesco decadente, pornográfico e erótico, todavia a maquilhagem e o estilo Pantyhouse , Givenchy ou a classe e gala Dolce & Gabanna da sua indume

THE DEPARTED - ENTRE INIMIGOS – Jack Nicholson; Matt Damon; Leonardo DiCaprio; Martin Scorsese

The Departed é um filme que recupera a tradicional encenação hollywoodesca de " cops and thieves ", que fez sucesso nos anos 90. Contudo Scorsese dá-lhe uma roupagem " hardcore " própria de uma estória a ser relatada no início do séc. XXI. Embora Sex, Drugs and Cars estejam presentes, o filme não segue essa tradicional trilogia de forma canónica. No centro desta querela, a corrupção surge como um fétish e vício disputado e cobiçado num meet de policias e mafiosos. Com efeito, ela é o apanágio e covil de ambos. A tese do filme radica na ideia de que o incorruptível é corrupto. Mas como cinéfilo não posso deixar de fazer referência e rejubilar com o extraordinário storyboard repleto de " Men With Guns " e jogos de vilania e vendeta entre departamentais da policia federal e a máfia irlandesa.  No elenco, surge sempre com o seu ar devil , perverso e obsceno, Jack Nicholson (como Frank Costello), um autêntico Godfather , lider da máfia que procura te

ABSOLUTION – Ode to Muse

«I think i'm drowning/ asphyxiated/ I wanna break this spell/ that you've created/ you're something beautiful/ a contradiction» os primeiros compassos que passavam na Antena3 nessa manh ã fria de 2003... «Time is running out» prendeu-me até à última nota. Como se estivesse numa sala de cinema a ouvir «bury it/ i won't let you bury it»... Há coisas difíceis de explicar que consequentemente levam a uma cómoda desistência. Deixo aos habilitados críticos a análise da riqueza musical e poética desse tema. Interessa-me apenas a magia desse momento de descoberta. A locutora deu-me o que me faltava: Muse. Dada a ponderações por natureza, certamente hesitaria no momento de levar música nova para casa. Não foi difícil encontrar «Absolution» na secção "novidades". Aqueles compassos tinham o encanto de uma nova paixão. Era impossível ficar apenas por um breve encontro para uma conversa de café. Dei por mim a desembrulhar o álbum e a colocá-lo no leitor. Play. Até ao