SKYFALL é o título sugestivo do mais recente filme de 007, apresentando um James Bond algo diferente... De forma surpreendente o espião de maior notoriedade planetária mergulha no seu universo Kafkiano e Freudiano através de uma intriga que, sem prejuízo da dinâmica habitual de espectaculares cenas de acção, surge modelada de feitos de thriller psicológico...
Essa sugestão é induzida, desde logo, pelo tema musical do prólogo – "Skyfall" – que abdica da vertente mais galvânica e explosiva em favor de uma representação mais melancólica, assegurado pela interpretação exímia da cantora a solo Adele...
"Fragilidades" e "Origens" são os conceitos apropriados para qualificar o novo filme de James Bond.
Fragilidades porque neste episódio, 007, sem perder a sua aura de agente especial, enfrenta inúmeras debilidades psicossomáticas na forma de fantasmas psicológicos e recalcamentos que revisitam o seu passado pessoal, pondo à prova a sua lealdade, no seu relacionamento com "M" a par do dever para com o MI6, e a Coroa...
Origens, visto que o sucesso cinematográfico recupera traços da sua genuinidade. Tal facto matiza-se de uma forma muito peculiar na personagem "Silva" – protagonizada brilhantemente por Javier Bardem –, um vilão no sentido mais clássico e purista do estilo James Bond, com claras influências e reminiscências de "Jaws", assassino a soldo com o traço distintivo de ter dentes metálicos – representado pelo actor Richard Kiel –, personagem da versão 007, de 1977, The Spy Who Loved Me (PT: Agente Irresistivel) da era Roger Moore...
No plano material e logístico é feita outra invocação ao espírito original e envolvência granjeados pelos filmes Bond, através da utilização do icónico Aston Martin DB5... Este regresso às origens estabelece-se ainda pela reintegração de algumas personagens do elenco primitivo, concretamente "Miss Moneypenny" e "Q"...
As características enunciadas caracterizam esta nova aventura da saga James Bond, oferecendo uma intriga dotada na sua base psicológica de um travo melancólico que cumpre a função de ressuscitar a essência e genuinidade do agente especial.
Desse modo, mantém-se o apanágio da era "007" interpretada por "Daniel Craig" assente nas capacidades e competências da personagem sem grandes invenções tecnológicas ou intervenção de gadgets, continuando a fazer de Bond o "Ás" planetário da espionagem!
Desse modo, mantém-se o apanágio da era "007" interpretada por "Daniel Craig" assente nas capacidades e competências da personagem sem grandes invenções tecnológicas ou intervenção de gadgets, continuando a fazer de Bond o "Ás" planetário da espionagem!
CA
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