Os Super Heróis estão na berlinda. Será apenas mais uma moda efémera ou quem sabe o redescobrir de um elo de ligação entre a Humanidade? As psicologia e sociologia colectivas sempre se nutriram de ideais personificáveis em indivíduos e agentes que encarnam determinado desejo, ambição ou objectivo. De igual modo, na nossa psique individual acariciamos sentimentos de heroicidade.
Outrora a Civilização cognominou tais entes como Paladinos. O pós-modernismo conhece-os apenas como super-heróis. Entre os mais notáveis e celebrados, registem-se alguns.
Os heróis Homéricos e da mitologia greco-macedónica, agindo pelo espírito da Odisseia, Ilíada e Troiana. Os romanos por aculturação e assimilação integraram nas suas referências sócio-culturais o panteão helénico e acrescentaram mais alguns heróis movidos pelo espírito da Eneida. Nos dólmens da memória, civilizações ancestrais esculpiram os seus heróis como acontece com a mitologia Asgardiana, Norte Europeia, vulgarmente denominada de Céltica, figurando entre os mais reconhecidos Mighty THOR.
A Idade Média conheceu dois grandes tipos de super-heróis: os do gládio e os do báculo... Homens de fé foram aureolados de Santos e doutra parte Reis, Príncipes, Delfins e outros primus inter pares foram cantados como cavaleiros de Gesta. E diga-se que não era preciso muito para atingir a heroicidade nessa "média idade". Bastava apenas ficar "cruzado". Farta de cavaleiros andantes e santinhos, a Renascitas fez sinédoque de heróis imbuídos pelo espírito de epopeia...
Neste friso de heróis seguir-se-iam os à la française traçados pelo florete, hábeis espadachins, intrépidos mosqueteiros. Mas era preciso mais, muito mais, actos ainda mais heróicos e habilidades ainda mais fantásticas. Era preciso um "Super Homem" no dizer de Friedrich Nietzsche. Contudo a sua emergência seria ainda precoce. Foi preciso passar por Júlio Verne, Nautilus, Sherlock, Mariartry, Dorian, Vampira, Jekyll, Tintin, Poirot e até Homens Invisíveis, Ogres, Elfos e Hobbits. Seria necessário passar pelo átomo, incerteza e relativismo para alcançar o âmago dos super-heróis actuais.
Entre os primeiros e mais icónicos Captain America sempre munido do seu fiel escudo, combatendo pelo bem, pela verdade e pela justiça. Mas será América ou Aquiles? Bem, quanto ao slogan os socráticos não diriam melhor. Quanto ao resto perguntem ao escudo? Se mesmo assim não obtiverem resposta falem com Hefesto ou qualquer um dos Stark.
Da "Galáxia de Gutenberg" para a 7.ª arte eis o palco ideal para a redescoberta deste nexo de civilidade... Existem super heróis para todos os gostos rubricados pela Marvel e DC Comics... Guardiães, vigilantes, paladinos, vingadores... Desde o melancólico Spider-Man, o soturno estratega Batman, o espirituoso e tecnológico Iron Man, um regressado THOR, um incrível Hulk até ao King of the Kings: Super-Man. Com menor representatividade temos algumas heroínas. O universo X-Men é o mais representativo... Quanto às restantes não foi difícil torná-las heroínas. Bastou apenas torná-la invisível ou converter gramaticalmente o estereótipo misógino de "maravilha de mulher" em "Mulher Maravilha"!
Despeço-me com o ex-voto: At Last Good Prevails.
CA
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