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Mensagens

A mostrar mensagens de 2009

A CHRISTMAS CAROL – Jim Carrey

Sou um grande apreciador de Charles Dickens. Com argúcia inata para a crítica e caricatura social, o escritor de Oliver Twist e Copperfield chega ao cinema 3D no seu A Christmas Carol . Nesta animação 3D, o dedo de Dickens está por toda a parte. Na intriga surgem os seus temas favoritos: a miséria, a ignorância, os traumas pueris, a clivagem entre classes, a avareza dos que tudo tem, mas são infelizes e a felicidade dos que nada tem. Na cenografia mais parece que foi o próprio Dickens quem realizou e montou esta animação pois superabunda o gosto do autor por perspectivas aéreas, momentos de retrato das personagens, contextos e ambientes e claro está não poderiam faltar as obsessões predilectas deste escritor pelos telhados londrinos com as suas chaminés, assim como relógios, talvez dois dos ícones que melhor representam a Revolução Industrial. Falando ainda das obsessões não poderiam faltar as menções, alusões e o visionamento das prisões, escolas, hospícios, orfanatos e as temív

ERA UMA VEZ NA QUEIMA – (Sátira)

Não caibo em mim de felicidade e alegria! Que contentamento e basófia é para um estudante a semana da Queima das F itas! Motivos folclóricos, momentos de efeméride e euforia, desde cerimónias de apadrinhamento, imposição das insígnias, caloirice, solene serenata, cortejo, noites da queima, arraiais, pegas de touro, enterros das gatas... Ah, mas tudo isto só agora começou... É a evolução e a modernidade a acontecer em frente aos nossos olhos: este ano a ortodoxa e hierática Queima de Coimbra elegeu uma Miss Queima das Fitas... Uau! Pasmo e babo! Mas há mais, muito mais... Refiro-me aos símbolos e pecúlios da tradição académica como o traje que nos enche a todos de orgulho, o latex , o fermento das bebidas e por ai adiante... Características da Queima? O luto académico impõem-se de dia e desnuda-se de madrugada... Habituem-se meus caros a andar enlutados... Durante e depois da licenciatura a vida não vai ser nada colorida... O traje está na cabeça e não no corpo... Festejar ao despro

PEDAÇOS FESCENINOS – (Pasticho)

Revolta e vontade. É o que sinto. Corpo e alma desejam explodir num manancial de luxúria e cocktail libidinoso, mas as circunstâncias socio-profissionais teimam em ser espartilho que incuba o fescinino amestrando-o a ser civilizado para uma vida desprovida de fantasia, risco, aventura, loucura e sensação... Por favor compreendam... Não reclamem nem instruam um jovem de 20 anos, na plenitude dos seus "loucos anos vinte", para que se torne num anacoreta ou cenobitico guiado e dedicado à ascese e katarsys ... As forças lascívias não podem ser agrilhoadas. Tudo é volúpia, todas são alvo do voyeurisme masculino intrínseco e inato. Tiramos pedaço a toda hora e oportunidade, a vista passeia-se e a mente despedaça-se em pensamentos fálicos! Sou Homem e depois? Os metrossexuais que se entretenham como Narciso a olhar-se ao espelho... Eu prefiro fitá-las... De soslaio, a 3/4... adoro o flirt ... Que culpa tenho eu se os meus instintos, sentidos e pulsões reajam com tensão erótica fe

AND THE OSCAR GOES... – 2009

A cerimónia de entrega das estatuetas douradas mais parecia um comício do Partido Democrata e os Óscares eram entregues pela Administração Obama... É de todo inimaginável e mirabolante que Quem Quer Ser Bilionário? conquistasse o grand slam das estatuetas nas categorias para as quais estava em contenda... Açambarcou os Óscares mais emblemáticos... Um filme low budget... Uau, soberbo, sublime! Não. Longe disso... Que se saiba a Academia de Hollywood não premeia um filme pelo budget, mas sim pela sua arte... Por mais filantropo que qualquer ser humano possa ser é de todo indecoroso que Quem Quer Ser Bilionário? tenha alcançado o palmarés e galeria dos melhores filmes... Eu não pago para ver algo que me mostra uma realidade juvenil miserável e indigente – até porque para isso já bastam os telejornais –, "mixado" com um concurso televisivo milagreiro que posto em 35 mm não enche ecrãs... Por filantropia, humanismo ou outro filos qualquer, a atribuição de tais prémios reflecte e

LIVE FAST & DIE YOUNG – (Pasticho)

A vida borbulha em todas as suas perspectivas e contornos erógenos e jovens. É uma felicidade ter idade de prata, deixar para segundo lugar obrigações platinas e aos 25 anos ter capacidade, tempo e poder para realizar desejos, paixões, pulsões, caprichos, extravagâncias, fétish , fantasias ou no dizer lírico concretizar todos os sonhos. Cada vez mais adoro sentir e ser sentido. Emulsionar as minhas percepções e sensações com um mosaico de amigos e amigas. Gritar com todo o vigor selvagem: Eu sou feliz... porra! Para quê vestir trapos de infelicidade quando estar nú me faz feliz... As pessoas deviam desnudar-se e pôr tudo ao leu mais vezes...! Strip-tease psi & body . Quem despe ou deixa despir não tira a roupa mas sim a monotonia! Já pararam para pensar que quando achamos que alguém é parvo o/a denominamos de tapado! Porque será? Destapem-se, destape-mo-nos! Evasão, libido, paixão, erotismo, sensualidade, libertinagem, velocidade, ritmo, riso alarve, early mornings & fas

A VIDA ENTRE NOTAS DE RODAPÉ – (Introspecção)

No culminar e epilogo do cursus honorum de mais uma etapa do percurso académico eivam no meu espírito e temperamento emoções contraditórias. Sobressaem e perpassam as pessimistas. Sim. Incompreensão e desamparo. O que me "safa" é que o corpo humano é 70% de água e eu, bom nadador, tenho conseguido manter-me à tona. Nunca perdi o sentido de orientação mas começo a não ter "estômago" para aturar certas situações. Tomei consciência que não vale a pena transpirar por determinadas causas, objectivos e metas, sobretudo se forem propostas por outrem. Sei qual é o meu valor, assim como sei reconhecer o valor dos outros. A valorização ou desvalorização que façam de mim nada diz sobre as minhas capacidades, competências e empenhamento e de forma alguma serve para alimentar ou melindrar o meu ego, acariciar o goto ou roer o fígado. De resto, quem me valoriza ou desvaloriza por mais próximo, solícito e cooperante que seja, nada conhece, é um estranho absoluto ante o meu esfor

PLASTICIDADE E CIENTIFICIDADE – (Introspecção)

Pressão... A obrigação persegue-me e atormenta. Sou invadido e comocionado por um estado ansiogénico. A respiração vacila entre o ofegante e o profundo. Penso com os pulmões por entre bocejos e suspiros! Sustenho a respiração, respiro fundo, certifico-me que continuo a respirar. Estou vivo, há que dar o braço à luta. A minhas mão nos últimos dias tem sido berbequim... Inscrevo as letras que vão ditar o meu desempenho e competência... Diversas sensações e percepções (in)dispõem o meu corpo e espírito quando estou in a middle of an evaluation period ... mais um entourage de avaliações... Detesto ser avaliado, não compreendo o conceito nem testifico ou faço fé de que um ser humano consiga avaliar outro... Fico ansioso... Procuro ser metódico, rigoroso, eficiente mas sempre me deixo levar e conduzir por excentricidades e laivos de perfeccionista. Explico como surgem, nascem, brotam, balbuciam e borbulham as minhas ideias patenteadas com direito a copyright , TM, press rights etc...

FAITH & PREJUDICE – (Reflexão)

Fé é sentido, não é preconceito. Escudar os nossos preconceitos na Fé ou Devoção não tem sentido, dado que Fé e preconceito são incompatíveis. O sentido da Fé é aceitação, ao invés de repúdio; Fé é dialéctica, diálogo e respeito, não é dicotomia, etnocentrismo e clausura; A Fé é permeável, não é hermética; Fé é sentimento, empatia e compaixão, não é metafísica nem autoritarismo; Fé é acção, não é intenção; Fé é orientação, não é dogma; Fé é um caminho de possibilidades certas ou erradas, não é opinião, ideologia ou religião; Fé é benefício da dúvida, não é certeza, crença ou relativismo; Fé é sensação, percepção exemplo e testemunho, não é meio, obra, modo ou fim a atingir; Fé é berço e abrigo, não é covil ou arma de arremesso; Fé é horizonte, não é precipício ou abismo; Fé é ajuda, não é recalcamento ou acusação; Fé é imperfeição, não é perfeição; Por vezes para cumprirmos um mandamento deixamos de atender aos restantes 9... Tem sido assim ao longo da H

ARE YOU GONNA GO MY WAY? – (Pasticho)

Entro no carro com a sensação de que se fecha a porta da Arca de Noé... Não é que me considere uma "besta" ou animal, mas os vermes também se salvaram! Enfrento o dilúvio... "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades..." Acho que as pessoas... perdão... os cidadãos pensam que a demarcação e marcação ortogonal no pavimento das estradas são como enfeites de Natal... estão lá para decorar... Código de estrada? O que é isso? Em Portugal só há um código: "ala que se faz tarde e siga pa frente..." É a evolução a acontecer à frente dos nossos olhos... Tiraram os burros da frente das carroças e puseram-nos atrás dos volantes! Palmilho com schlaps e schlops o caminho até à Faculdade e todos parecem olhar para mim interrogando-se: "Mas porque é que aquele fulano não usa guarda-chuva?" Gosto da chuva e de andar à chuva, posso? No dado momento em que eu estava à espera que irrompesse o arco-íris uma menina gótica com ombros de "neve" – bem à mostra

O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON – Brad Pitt; Cate Blanchet

Inúmeros clichés poderiam ser enunciados para caracterizar O Estranho Caso de Benjamin Button , mas limito-me a fazer a apologia de um dos melhores filmes que vi até à data...  Roda durante 3 horas, mas em cada minuto renova a atenção e cativa o interesse do espectador... Como cinéfilo afirmo que há grande mestria na adaptação do romance ao cinema, assim como em cada aspecto e pormenor da metragem... A esse respeito é mister referir os momentos sitcom do velho que de forma hilariante foi atingido ao longo da sua vida por 7 raios, sendo que essas peripécias são dadas a conhecer ao público por cenas de cinema mudo... Exímia e soberba é a interpretação e actuação de Brad Pitt, versátil, inteligente e perspicaz no seu desempenho... É um dos seus melhores papéis de sempre, digno de todas as homenagens, reconhecimento e galardões... Espero que a Academia tenha o bom senso de não atribuir a estatueta dourada a Sean Penn em Milk ... Já Cate Blanchett demonstra estar à altura de contracen